ALEMANHA 2 X 1 SUÉCIA – JOGANDO BEM, ALEMANHA ESCAPA DE VEXAME NO TALENTO DE KROSS!!!
por BAZILIO AMARAL
Italia em 2010 e Espanha em 2014 foam as 2 últimas defensoras de título a cair na Primeira fase da Copa seguinte. E a Alemanha quase entra para esta estatística hoje contra a Suécia ao começar perdendo, antes o árbitro não deu um penalty claro pra Suécia, e “suar sangue” para conseguir a virada aos 50 do 2 tempo com um a menos. Vale lembrar que uma derrota causava a eliminação e um empate deixaria a equipe dependendo do México, já que este se empatasse com a Suécia classificaria os dois.
Diante de todo este cenário, quero ressaltar o coração quente e cabeça fria dos alemães até o último segundo, não se desesperou mesmo com a expulsão de Boateng. Manteve seu plano de jogo e promoveu um volume absurdo diante dos suecos, que contribuiu com uma falta de reação ao fato de ter um atleta a mais e explorar mais os contra taques. Se limitou a defender e foi castigado. No fim das contas o placar foi justo e a Alemanha tende a crescer com a confiança que uma vitória desta traz.
Mas queria construir a análise deste jogo com uma discussão no plano de fundo que considero relevante. Modelo de Jogo ou idéia de Jogo para mim envolve muito mais do que estratégia, plataforma ou esquematizações táticas, mas sim a maneira como sua equipe reage diante das diversas fases do jogo e questões como característica dos seu atletas, dos adversários e climáticas. Pois bem, vemos várias equipes que adotam a mesma maneira de jogar, com plataforma definida e teoricamente bem treinada no que se propõe a fazer, mudando muito pouco em relação ao adversário. Como exemplo, para ilustrar, temos o Corinthians de Carille e de Tite campeão Mundial e Brasileiro e na Copa vejo a própria Suécia, a Espanha, o Uruguai, o Brasil, entre outros que seguem esta linha.
Já a Alemanha adota aquilo que acredito na minha prática de trabalho. O Modelo de Jogo alemão é variável de acordo com o adversário, com a necessidade da equipe e com a característica e momento de seus atletas. A idéia de jogo permanece a mesma, independente da plataforma utilizada. Se contra o México vi uma Alemanha até certo ponto surpreendida no 1 tempo, contra a Suécia vi uma equipe que sabia o que tinha que fazer em campo, como transpor as duas linhas suecas que eliminaram Holanda e Itália nas Eliminatórias evenceu a Coréia do Sul. Inteligentemente, a opção de Low foi criar superioridade numérica pelos lados e mudar constantemente de lado. O impressionante é que manteve esta estratégia até o gol nos acréscimos sem apelar para o desespero apesar da pressão. Creio que Low sabia que deixaria espaços para a rápida transição defensiva o remédio para isto seria manter a posse de bola sem das transição. E nisto foi que a Alemanha falhou e quase se complica. Mas diante de um time assim, é muito difícil esperar qual time a Alemanha jogará nos próximos jogos. Talvez esta seja a grandeza e a força da atual campeã.
SUÉCIA – MARCAÇÃO QUASE PERFEITA, MAS FALTOU QUERER A BOLA NO FIM DO JOGO!!!
O modelo de Jogo de J. Andersson é conhecido e muito bem treinado. Mas é pragmático. As duas linhas compactadas, tanto verticalmente e horizontalmente, estacionando o carro em frente a área e fechando o corredor central que é muito forte na Alemanha. Dificil ser vazada esta defesa, futebol pragmático mas eficiente e com uma transição ofensiva que encontrou espaço no campo alemão e deu o gol e um lance de penalty não dado.
O problema que a Alemanha foi uma avalanche contra os suecos, chegando com até 6 atletas na área e fazendo, com amplitude, as duas linhas balancarem muito mostrando porque o mundo esta adotando a linha de 5. O que Anderssen não faz. Todas suas alterações mantiveram este desenho e o empate era ótimo. Contudo, faltou ambição de querer algo mais.
ALEMANHA – MUITO REPERTÓRIO MAS DEFESA FAZ CORRER RISCO!!!
Por necessidade e característica do adversáio, a Alemanha novamente foi a campo para propor o jogo e conseguiu. Postado no 1-4-2-3-1 com Hector na esquerda e Rudy no meio campo o time teve algumas mudanças de posicionamento na fase ofensiva que abordaremos abaixo. Mas Wener na beirada e Muller centralizado e o avanço dos dois laterais ao mesmo tempo empurra as linhas adversárias. O problema é que os zagueiros ficam mais expostos e Hummels não pode jogar, desta forma não poderia perder a posse da bola e a Suécia explorou muito bem estes erros. A saída de Rudy ainda no 1 tempo foi prejudicial pois Gudogan é um baita jogador, mas Rudy entrega mais na marcação e isto desequilibrou o encaixe das transições.
Na fase ofensiva, Low recuou Kross pra fazer a saída de bola pela esquerda, Boateng fazia pela direita com Kimmich e Hector no campo de ataque sendo que este entrava bem na área na diagonal. A movimentação constante com intensa troca de passes entre Reus, Werner (atacando bem a linha defensiva), Muller e Draxler com Rudy, Boateng e Kross fazendo o apoio por trás. Rudiger ficava centralizado com Neuer na sobra.
Tudo isto feito de uma forma muito organizada e intensa.
Esta imagem ilustra o encaixe de marcação com busca de superioridade numérica pelos lados e buscando a inversão de lado constantemente. E as setas azuis mostram a transição ofensiva da Suécia e como a Alemanha estava exposta.Por isto a ordem era não perder a posse e isto não ocorreu.
Isto somado a falta de pontaria no ataque e o jogo se complicou.
No intervalo Low colocou Gomez na área no lugar de Draxler. Isto esvaziou mais o meio campo pois não era necessária e aplicou volume pela beirada mais ainda. Deu certo mas ainda corria riscos com as transições suecas e numa destas Boateng foi expulso.
Na reta final e com 1 a menos o meio campo foi mais esvaziado e o jogo pelos lados continuou intenso. Nesta hora faltou a Suécia explorar e ficar com a bola. Não ficou. Brandt entrou na vaga de Hector e passou a explorar a frente da área chutando uma bola na trave.
Com esta vitória, a Alemanha depende de uma vitória dainte da eliminada Coréia do Sul para se classificar.