BAZÍLIO AMARAL: E o mercado de treinadores no Brasil!

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BAZÍLIO AMARAL

BAZÍLIO AMARAL: E o mercado de treinadores no Brasil!

O treinador fez uma breve análise sobre o mercado de treinadores no Brasil.

O treinador segue no mercado, mas enquanto aguarda um novo desafio para dar sequencia em sua carreira vitoriosa, o treinador segue estudando e se aperfeiçoado, vale ressaltar que o treinador tem a licença B da CBF. Como parte de sua atualização o treinador segue acompanhando os campeonatos nacionais, em busca de identificar bons talentos, que possam ser utilizados em seus trabalhos futuros. Conversamos com BAZILIO AMARAL sobre o mercado de treinadores no Brasil.

 

T.B.: Qual a percepção do amigo sobre o mercado de treinadores do Brasil?

BAZILIO AMARAL: O mercado de treinadores está bem saturado, com muitos profissionais disponíveis o que gera uma insegurança e falta de sequência nos trabalhos pois não há uma convicção do perfil de profissional que quer para o clube. Como a oferta é grande se troca com poucos jogos. Contudo, com o processo de qualificação que a CBF/Comenbol vem implementando, creio que o mercado ficará mais qualificado. Infelizmente, hoje tem muita gente trabalhando de graça ou em condições longe do adequado ao futebol profissional, o que forma um ciclo prejudicial a própria categoria.

 

T.B.: Como o amigo avalia o processo de certificações da CBF para as licenças concedidas?

BAZILIO AMARAL: Acho que é um processo que não tem volta, importante para que os treinadores brasileiros voltem a trabalhar com força nos mercados fora do país, e principalmente, que possamos refletir sobre o futebol praticado no país. Não é um curso barato, mas creio ser um investimento importante para nossa área. Porém, vejo que para ocorrer a obrigatoriedade da licença pra trabalhar, a oferta de cursos deve ser aumentada pois tem poucas vagas. Mas reforço que é um caminho sem volta e isto é bom.

 

T.B.: Qual a maior dificuldade encontrada pelos treinadores com relação aos clubes?

BAZILIO AMARAL: A maior dificuldade que vejo com relação aos clubes é a falta de convicção do trabalho contratado. Precisa definir o perfil de trabalho desejado e contratar o profissional desejado dando tempo mínimo para o trabalho. Creio que o vestiário é o termômetro. Se está controlado e o trabalho diário acontece, dê tempo ao tempo e os resultados vem. Passei por 3 clubes, nos dois últimos tínhamos o grupo na mão e o trabalho acontecendo, mas está falta de sintonia acaba interrompendo o trabalho. Mas creio que isto está mudando, hoje vejo vários diretores se qualificando e buscando lidar mais profissionalmente com a gestão.

 

T.B.: Qual a opinião do amigo sobre a instabilidade da profissão?

BAZILIO AMARAL: Nossa cultura exige vitória o tempo todo. Mas vencedor só tem um. Creio que o trabalho deve ser avaliado pelo desempenho, ambiente de trabalho, qualificação dos atletas diante do trabalho do treinador. Está constante troca do comandante do trabalho gera um futebol pouco qualificado como desejamos.

 

T.B.: Qual a importância e como o amigo avalia o trabalho de base realizado nos clubes brasileiros?

BAZILIO AMARAL: O trabalho de base no Brasil passa por uma busca de resultados a nível sulamericano e mundial, já que ficamos fora dos últimos mundiais e uma discussão infinita sobre metodologia e quem deve ser o profissional a comandar o processo, ex atleta ou acadêmico. Para mim, a discussão não é esta. Temos ótimos profissionais de diferentes perfis, metodologias diferentes muito boas. Para mim, existe a necessidade, como diz Fernando Diniz, de um trabalho psicossocial com todos os envolvidos (atletas, treinadores, torcida, imprensa) e isto fará trabalho. Creio que o processo de licenças da CBF pode contribuir com esta discussão.

 

Nossos agradecimentos ao treinador BAZILIO AMARAL, pela atenção e cordialidade de sempre com a página: