Londrina, Criciúma e a possível ‘virada de mesa’ ao fim da Série B
Quando não se ganha em campo, quer se ganhar no tribunal. O Fluminense está próximo da zona de rebaixamento na Série A do Campeonato Brasileiro, mas não é da equipe carioca que me refiro neste texto. Já rebaixados para a Série C, Londrina e Criciúma articulam uma ‘virada de mesa’ ao fim da Série B após o próximo sábado (30). E o Operário Ferroviário está envolvido indiretamente nisso.
Mas o que o Fantasma tem a ver com isso? Simples. O Operário enfrenta o Figueirense, 16º colocado, na última rodada da competição. Atualmente, a distância do alvinegro catarinense para a zona de rebaixamento é de quatro pontos. Caso a distância se mantenha (ou aumente), o argumento do tapetão cai por terra. Caso os visitantes pontuem, a segunda divisão poderá ser decidida nos tribunais.
Londrina e Criciúma já anunciaram que, caso terminem em 17º e (ou) a distância seja de três pontos, entrarão com recurso no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para um novo julgamento do WO do Figueirense. As equipes entrariam com ação baseadas no artigo 203 que trata do WO resultar prejuízos esportivos a terceiros. A partir daí, podem sugerir a exclusão do time acusado ou a perda de mais três pontos.
Em coletiva nesta terça-feira (26), o gestor do Tubarão, Sergio Malucelli, falou abertamente sobre o caso. “Já estamos estudando isso há umas três semanas e para isso temos que ficar a três pontos de diferença, que são os pontos que o Figueirense deveria perder. Pra isso acontecer, o Figueirense tem que perder do Operário. Até acho que o pessoal do Criciúma foi infeliz em soltar essa nota agora, isso aí despertou o Figueirense”, afirma.
O diretor ainda falou em uma possibilidade de uma brecha sobre o ‘fair play financeiro’, pelos atrasos de salários da equipe catarinense.
CONTRADIÇÃO MORAL
“Eles ganharam dentro de campo, mas quem deveria cair é o Figueirense”. Esta citação de Malucelli é a que mais chamou a atenção na repercussão sobre o caso. As equipes estão buscando justificativas judiciais para livrarem a incompetência de terem seis técnicos na temporada ou cair com um dos maiores orçamentos da competição. Isso com um jejum de 18 jogos sem vitórias do adversário durante a Série B, sem contar os prejuízos pela instabilidade e falta de estrutura.
Ressalte-se que: os atrasos salariais são inadmissíveis e um dos principais certificados de incompetência de grande parte dos gestores brasileiros. Entretanto, o ‘fair play financeiro’ ainda não está fundamentado e começará a ser implantado na Série A a partir de 2020, sem prazo para início de cobranças na Série B.
O 2º inciso do artigo citado pelos possível proponentes determina que “se da infração resultar benefício ou prejuízo desportivo a terceiro, o órgão judicante poderá aplicar a pena de exclusão da competição em disputa”. Ora, qual prejuízo os dois interessados tiveram neste caso?
Londrina e Criciúma, assumam a incompetência que resultou no rebaixamento dentro de campo e não manchem (ainda mais) o futebol brasileiro com um novo caso de tapetão sem fundamento. Agradecido.
fonte net esporte clube