Eleito no dia 10 de dezembro de 2020 como novo presidente da Federação Sul-mato-grossense de Tênis, João Costa da Silva Neto, ainda não tomou posse. Com 57 anos de idade e mais de 40 deles dedicados ao tênis, o professor da modalidade, recebeu 4 votos contra 2 da chapa adversária mas a eleição está sub judice.
Dois dos seis clubes votantes, compareceram a eleição com liminar de mandado de segurança pois, foram impedidos de participar, sob alegação de que tiveram a filiação cancelada em ata de assembleia ocorrida no ano 2000, mas não foram notificados e continuaram participando das assembleias eletivas normalmente nos anos subsequentes.
A chapa presidida por João Costa tem apoio de 90% dos professores do estado e a ideia de concorrer a eleição, começou com a união da classe, indignada com a inércia da entidade que representa a modalidade no estado, a falta de ações e o trabalho quase nulo, com a justificativa de falta de recursos.
A chapa da situação formada por membros da atual diretoria recebeu 2 votos e, com 2 dos 4 votos da oposição, sub judice, a oposição pode ser derrotada se não forem computados os votos que aguardam decisão judicial. De acordo com o estatuto, um empate beneficia o candidato mais idoso, caso de Silvia Echeverria, candidata da situação.
A ligação de Silvia Echeverria com o tênis é pouco conhecida, apenas participou da atual diretoria como integrante da Comissão de Beach Tennis, ao lado da filha Rafaela Echeveria e dois outros professores da modalidade. O que se sabe é que, dentro do esporte, a professora de 59 anos, já foi presidente da Federação de Bocha e de Tchoukball, tendo trabalhado ainda como apontadora na Federação de voleibol do estado.
Já João Costa, tem uma vida ligada ao tênis, vindo de uma família tenista, ele começou como gandula, passando a rebatedor, tenista e professor da modalidade, foi destaque do tênis sul-mato-grossense desde que chegou ao estado em 1988 vindo de São Paulo, seu estado natal. É casado, pai de 3 filhos, todos tenistas, entre eles, Gabriela Costa, que esteve entre as 500 melhores atletas do mundo, WTA, morando na Argentina e nos Estados Unidos, onde além de treinar, fez faculdade. Ao todo, são mais de 10 tenistas na família de João entre filhos, irmãos, sobrinhos, todos apaixonados pelo tênis.
Na vice-presidência da Chapa 1, denominada “Novos Tempos” e que propõe novos rumos a modalidade, está o professor Rogério Pereira Paz, 42 anos, destaque da modalidade ainda quando jogava juvenil. Paulista, chegou a Campo Grande em 1994 e ficou, sempre trabalhando com o tênis. Paz, além de professor, figura entre os melhores atletas do tênis sul-mato-grossense, recentemente, disputou um qualifying da categoria profissional da Liga Paulista de Tênis representando, muito bem, o estado. Ele conta que a ideia é colocar em prática projetos para alavancar a modalidade. “Queremos fazer a diferença no tênis em Mato Grosso do Sul, trabalhar pelo coletivo, lutar pela modalidade que tanto amamos” revela Paz.
Enquanto aguardam a decisão na justiça, professores, tenistas amantes da modalidade lançaram um manifesto a favor da democracia e repudiando a maneira com que a eleição foi realizada. De acordo com o candidato a presidência da oposição, João Costa, a forma com que a eleição foi realizada foi completamente parcial e sem nenhuma publicidade. “só pra se ter uma ideia, eu só descobri quem eram meus adversários no dia da eleição, não houve nenhuma publicação, apenas a convocação para as eleições e quem recebeu a inscrição da chapa foi o atual presidente que apoia a chapa adversária” explica João. A manifestação ultrapassou 250 assinaturas, mais de 30 professores.
O grupo criou ainda páginas em redes sociais como instagran e facebook para divulgar as ações e os acontecimentos do tênis, além de um canal aberto para os amantes da modalidade que clamam por dias melhores, o que não ocorre, pelo menos, nos últimos oito anos.
A decisão segue no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e o futuro da modalidade no estado, esta agora, nas mãos dos desembargadores, após liminar concedida pelo Juiz de primeiro grau, favorável à computação dos votos dos clubes e com agravo dos representantes da Federação no último dia útil antes do recesso forense em 2020.
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